Páginas

domingo, 25 de maio de 2014

Diário de uma Viajante: Itália – Vêneto

Olá leitores, tudo bem?

Espero que tenham gostado da nossa introdução sobre esse país maravilhoso que é a Itália. Se você perdeu, é só clicar aqui para começar essa viagem encantadora.

Claro que foi apenas uma pequena ideia do que é possível encontrar em um país rico em história, cultura, gastronomia e beleza. Tudo isso visto e interpretado por mim, que carrego uma bagagem diferente de cada um de vocês.

E o que isso significa? Significa que cada um de nós pode enxergar, vivenciar e compreender os lugares de uma maneira diferente. O belo e interessante para mim, pode ser algo simples e corriqueiro para outra pessoa. Mas ainda assim eu gosto de enxergar o mundo pelos olhos de outros viajantes. Adoro pesquisar outros blogs e sites antes de viajar, pois minha viagem já começa aí, nos preparativos. E, quando eu chego lá, já estou familiarizada com a região, mas sempre aberta aos meus próprios sentimentos e a novas descobertas. É isso que torna sua viagem única. Só você é capaz de vivenciar essas experiências. Fantástico, não?!

Vale lembrar que antes de programar qualquer viagem, é necessário decidir se será uma excursão ou um programa “por sua conta”, ou seja, com você montando seu roteiro e cada etapa do passeio.

Eu já fui para a Itália dos dois jeitos e, uma terceira vez misturando as duas maneiras, ou seja, fui com uma excursão e peguei uns dias a mais no final para fazer um roteiro próprio. Confesso que essa foi a experiência que mais gostei.

Existem pontos positivos e negativos nos dois tipos, como tudo na vida. Podemos tratar sobre essa escolha em um post específico.

Mas atenção: para que uma viagem sem excursão seja proveitosa, é necessário que você tenha um pouco de experiência no planejamento ou, pelo menos, tenha a ajuda de uma boa agência de turismo.

Nas minhas experiências pela Itália, sempre tive a ajuda de uma agência.
Mas, se quiser fazer tudo sozinho, lembre-se sempre de atentar para os seguintes detalhes:

- Quanto tempo você dispõe?
- Qual o valor que pode gastar?
- Os roteiros devem ser lógicos: regiões próximas, transportes disponíveis, viabilidade de valores para a data desejada (algumas épocas são mais caras que outras), dentre outros detalhes.

Viajar é uma questão de estilo. Cada um tem o seu. O que se adapta melhor ao seu gosto e necessidade.

Definidas essas questões de planejamento, resolvi começar pela região que originou a Família Tempesta, o Vêneto.

Na próxima semana volto com outra região. Uma ótima semana para vocês e até a próxima!

Um abraço

Melissa P Têmpesta

VÊNETO



Localizada no extremo Nordeste da Itália, é uma região muito próspera e que abriga cidades importantes para o turismo do país, como Verona, Veneza, Pádua e Lago de Garda.  Já estive algumas vezes em cada uma dessas e, acredite, voltaria muitas mais!

A região é repleta de cidades interessantes, mas vou citar apenas essas, que são as que eu conheço.

Essa região é amplamente atendida por uma extensa rede ferroviária e rodoviária. É muito fácil pegar um trem para ir para qualquer uma delas, ou até mesmo alugar um carro. As estradas são muito boas e não tivemos nenhum problema. Basta respeitar o limite de velocidade, prestar atenção nos pedágios (você pega um tíquete ao sair da cidade e, ao entrar em outra, você entrega o tíquete para ver quanto rodou e paga proporcional) e, se tiver um GPS, mais fácil ainda.

Já estive na região apenas com carro alugado e, em outra oportunidade, fizemos um “combinado” de carro e trem. Tudo vai depender da logística que você desenvolver. Se você pretende visitar várias cidades pelo caminho, o mais prático é alugar um carro. Agora, se você pretende visitar uma única cidade, e sua base for outra localidade, vá de trem.

Por exemplo, na minha última viagem para a região, minha base foi Verona. No primeiro dia levei meus pais para conhecer a cidade, no segundo fomos para Veneza de trem (super prático e rápido) e, na terceira, alugamos um carro e fomos para Pádua e Vicenza e, no outro, para o Lago de Garda.

Entendem o “combo”? Para Veneza é muito mais fácil ir de trem (partindo de Verona), já nas outras cidades precisávamos do carro para ir parando no caminho conforme nossa vontade.

Por isso, é importante ter experiência na organização de viagens ou então ter a ajuda de uma boa agência. Eu planejo como gostaria de fazer e mando para as meninas da agência. Nessa etapa elas verificam se está viável, checam reservas, preços e, a partir daí, fazemos as alterações necessárias e fechamos a viagem.

Verona
Vou começar por Verona, que é uma cidade que adoro, já estive quatro vezes lá, portanto tenho um pouco mais de detalhes. Se tivesse que escolher um lugar para morar nessa região, certamente seria lá!
Arena, Rio Adige, Ponte Scaligero e vista do ponto alto da cidade

É a segunda maior cidade da região do Vêneto e ficou mundialmente famosa por ter sido o palco da trágica história de amor de Shakespeare: Romeu e Julieta. A cidade atrai casais em busca de romance e, na Casa da Julieta, encontramos centenas de cadeados e mensagens dos apaixonados. Acreditando ou não, a cidade é belíssima e realmente convida ao romance. No centro histórico encontramos lindas ruínas romanas e magníficos palácios.

Uma das maneiras mais comuns de chegar à cidade (ou partir para outras) é de trem. A estação é a Porta Nuova e, fica a aproximadamente 2 quilômetros de distância da Piazza Bra, a principal da cidade. Mas ainda é possível vir de avião ou mesmo carro.

Se estiver de carro, lembre-se que alguns hotéis não têm estacionamento (ou são cobrados à parte). Outro detalhe importante: não é possível transitar com o veículo em muitas das ruas do centro histórico (como em praticamente todas as cidades da Itália).

É na Piazza Bra que você encontra a atração mais famosa da cidade, a Arena. Um Anfiteatro Romano, concluído no ano 30, e o terceiro maior anfiteatro romano do mundo, depois do Coliseu (em Roma) e do anfiteatro de Santa Maria Capua Vetere (próximo a Nápoles).

É uma construção impressionante, muito bonita e, apesar de ter abrigado muitos combates de gladiadores e palco de execuções e touradas, algo muito cruel, hoje o local abriga shows e concertos.

Tive a oportunidade de assistir a um show lá e é muito lindo. Recomendo que verifiquem antes se existe algum show na data em que estarão na cidade e já comprem o ingresso. Mas, se não for possível conciliar a data, não se preocupe, durante o dia a Arena fica aberta a visitações (mediante pagamento).

Atenção para os vários homens vestidos de gladiadores lá na frente. Eles se oferecem para tirar fotos com os turistas, mas cobram por isso.

Com relação à escolha do hotel, recomendo ficar hospedado dentro do centro histórico. Existem ótimas opções de hotéis e facilita muito sua visita. Fiquei hospedada em uma das visitas no Hotel Armando – um hotel bem localizado, sem estacionamento (precisamos parar na rua, mas eles forneciam uma espécie de autorização para o estacionamento. Mas era um pouco difícil achar vaga). Um hotel simples, mas com bom quarto, espaçoso e confortável. O café da manhã era ok, sem grandes surpresas.

No ano passado, escolhi o excelente Hotel Milano. Fica exatamente atrás da Arena, ao lado da Via Manzini (a rua principal de pedestres) e as acomodações e banheiro são muito bons, café da manhã ótimo e ainda conta com um bar no lobby com um Spritz delicioso! O estacionamento é pago à parte (17 euros a diária), mas recomendo a estadia.

Verona é uma cidade encantadora e vai muito além da Arena e Piazza Bra. Seria necessário um guia completo para falar de cada um deles, mas o mais importante é que não fiquem restritos a essa região.

Um passeio que fiz da última vez que estive lá foi pegar o Sightseeing Bus Tour, um ônibus de turismo que fica dando voltas na cidade. São dois percursos que abrangem todas as atrações principais da cidade e você paga por 24h. Nesse período é possível subir e descer quantas vezes você quiser, e o ponto inicial é na Piazza Bra. Achei útil e interessante, pois além de ouvir o áudio em português, explicando cada ponto de interesse, você desce onde quer conhecer melhor e depois é só pegar o próximo ônibus (nas paradas e no mapa que eles fornecem tem os horários).

A cidade abriga restaurantes incríveis e para todos os bolsos. Não fique apenas nos que envolvem a Piazza Bra. Esses são mais turísticos e caros. Nos arredores é possível encontrar restaurantes muito melhores e alguns com preços mais em conta.

As lojas também são para todos os gostos. É possível encontrar de Prada, Gucci, Louis Vuitton até uma Zara ou Disney Store. A maioria das lojas está localizada na Via Manzini.

Sobre as atrações, além da Arena, não deixe de visitar o Castelvecchio, um castelo construído por Cangrande II de 1355 a 1375, e que hoje aloja uma das melhores galerias de arte do Vêneto. Mas se não quiser entrar na galeria, visite os jardins e depois atravesse a Ponte Scaligero, uma ponte medieval que foi reconstruída após ser explodida pelos alemães em 1945.

Outro lugar que merece a visita é a Piazza Erbe, o centro de Verona. Durante o dia, a praça fica lotada de barracas, um verdadeiro mercado de alimentos e souvenirs. Durante a noite, as barracas são fechadas e a praça fica cheia de jovens e turistas nos restaurantes que circundam a fonte. A praça é um ótimo ponto de partida para diversas atrações. Vou citar algumas, de maneira rápida, apenas para mostrar que a cidade é muito rica em pontos de interesse histórico e cultural:

- Piazza dei Signori: no centro dessa praça fica uma estátua de Dante, do século 19. Ao redor dessa praça existem diversos edifícios lindos, que contam muito da história de Verona, como o Palazzo Del Capitano, a Loggia Del Consiglio e a Torre dei Lamberti;

Estátua da Julieta
- Túmulo dos Scaligeri: foi a família que governou Verona por 124 anos. Os túmulos ficam localizados em frente à Igreja românica de Santa Maria Antica;

- Casa di Giulietta: suposta casa onde morou Julieta. Tem o balcão onde ela ficava escutando as juras de amor de Romeu e uma estátua. Dizem que dá sorte tirar uma foto com a mão no seio da Julieta. Então prepare-se para entrar na fila e tirar sua foto!

- Duomo;

- Giardino Giusti;

- Igreja de San Zeno Maggiore;

- Museo Archeologico.

Existem muitos outros pontos interessantes na cidade, esses são apenas alguns. Recomendo subir com o ônibus (ou da maneira que achar melhor) até o ponto mais alto da cidade. A vista é linda.

Outro espetáculo é admirar o rio Adige de uma das belas pontes da cidade. O por do sol é incrível.

Veneza
É uma cidade linda e fascinante. Foi construída sobre bancos de lama baixos entre as águas do Adriático, sujeitas a marés e regularmente é atingida por enchentes (atenção para a data da visita não coincidir com a cheia!). Apesar de todas as probabilidades serem contrárias, Veneza sobrevive soberana e atrai milhares de turistas o ano todo. Acredito que seja impossível visitar a cidade sem que ela esteja abarrotada de pessoas.
Grande Canal de Veneza

É muito fácil se perder em Veneza, então, se precisar ir até algum lugar específico, pegue boas referências e tenha o telefone anotado. Se não for o caso, liberte-se do mapa e curta cada rua, cada beco e ponte. É se perdendo em Veneza que encontramos as belezas mais pitorescas e fascinantes.

Na primeira vez que estive lá, fiquei com medo e não aproveitei muita coisa. Fiquei restrita à região da Piazza San Marco e voltei sem achar muita graça. Nas outras duas visitas, resolvi simplesmente caminhar, sem rumo, e foi fantástico.

No começo dá um pouco de receio, mas depois acostumamos e vira uma grande aventura, principalmente para quem gosta de fotografar. Aqui é o lugar!

Existem placas pelo caminho indicando alguns pontos importantes, como S. Marco, Rialto e Estação de Trem Santa Lucia.

Tudo em Veneza é muito caro. Existem restaurantes excelentes, como em toda a Itália, muitos premiados, mas como sempre fui apenas para passar o dia, optei por fazer um lanche rápido e aproveitar melhor o passeio.

Sobre hospedagem, é possível ficar hospedado em Veneza mesmo, mas é mais caro e, se você tiver muitas malas, corre o risco de ter que ficar andando perdida arrastando sua bagagem por um bom tempo.
Ruas de Veneza oferecem muitas aventuras

Sempre optei por ficar nas cidades ao redor, como Mestre ou Marghera, e foi super tranquilo. Da última vez fiquei em Verona e fiz um “bate volta” de trem, muito prático também.

Em Marghera fiquei hospedada no All Seasons – um hotel da rede Accor, com preço ótimo e, quando fomos (setembro/2012) tinha acabado de inaugurar, então pegamos tudo novinho. Uma rede simples, com café da manhã básico, mas foi suficiente para um dia de hospedagem. Na esquina atrás do hotel pegávamos o ônibus que seguia direto para Veneza. Super prático. E depois, alugamos um carro, e foi fácil partir para outra cidade, pois ele é localizado na saída de Marghera.

Existem diversas atrações importantes em Veneza, começando pelo Grande Canal. Se você não quer alugar uma gôndola, não se preocupe. É possível pegar o Vaporetto (o taxi da cidade) tanto chegando de ônibus quanto de trem, e você vai percorrer todo o canal até a Piazza San Marco. Mas preste atenção, pois tem um Vaporetto que vai por outro caminho. Então pergunte o número de qual percorre o Gran Canal.

Eu gosto de ir de Vaporetto e depois voltar caminhando até a estação. É uma boa caminhada, mas é possível passar por lugares escondidos e lindos, que só encontramos se arriscarmos ficar perdidos.

Ao chegar em San Marco, você poderá apreciar:

- Ponte dos Suspiros (que não tem nada de suspiro apaixonado, mas diz respeito ao suspiro dos prisioneiros, que atravessavam a ponte do Palácio Ducale para a prisão local, para serem julgados).

- Palazzo Ducale: foi a casa dos governantes e sede do governo. Hoje abriga um museu.

- Basílica de San Marco: linda igreja, mas sempre com filas enormes para visitação. Uma obra riquíssima e repleta de obras de arte.

- Campanário

- Torre Dell’Orologio

- Museu Correr

- E a própria Piazza, sempre lotada de pombas e turistas.
Você ainda precisa seguir até a Ponte di Rialto, um dos locais mais famosos da cidade, que oferece belas vistas do Canal Grande e é o marco do centro da cidade.

Existe muito mais para ser visto em Veneza. Cada palácio localizado no Grande Canal é uma obra de arte e impressiona por sua grandeza e beleza, mas, além disso, eu recomendo mesmo parar em algum café com vista para o Canal, tomar um Spritz e relaxar.

E torça para estar um lindo dia, assim sua visita será inesquecível!

Pádua:

Se estiver de carro na região, recomendo uma parada em Pádua (Padova, em italiano).

É a cidade que abriga a imensa e linda Basílica de Santo Antônio. Como minha mãe é devota desse Santo abençoado, acabei passando por lá todas as vezes em que estive na região. A Basílica abriga obras de Donatello, o túmulo do Santo, e também é possível comprar artigos religiosos e benzê-los para trazer de presente.
Basílica de Santo Antônio

Se estiver com tempo, a cidade tem muito mais a oferecer. É lá também que está localizada a Cappella degli Scrovegni. O interior da capela é inteiramente coberto por afrescos de cenas da vida de Cristo, pintados por Giotto. O número de visitantes é limitado, portanto é necessário fazer uma reserva prévia. E, para terem idéia da importância da obra, é necessário ficar 15 minutos em uma câmara de descontaminação antes de entrar na capela.

Vicenza:
Ainda aproveitando o trajeto de carro, é possível parar também em Vicenza, que fica no meio do caminho, entre Verona e Pádua.

É conhecida como a cidade adotiva de Andrea Palladio, um dos maiores arquitetos italianos, com obras por todo o País.

Em uma visita rápida é possível ir até a Piazza dei Signori, que abriga o Palazzo della Regione (chamado de Basílica), a Loggia del Capitaniato e a Torre di Piazza. Contornando o Palazzo, você encontra a estátua em homenagem à Palladio. Um pouco abaixo está localizado o Duomo, que foi reconstruído após um bombardeio durante a Segunda Guerra. Há ainda o Teatro Olímpico e a La Rotonda, a mansão mais famosa de Palladio (está localizada mais distante da cidade).

Lago de Garda:
Garda é o maior lago italiano e me surpreendeu muito! Um dos lugares mais bonitos que já visitei. A paisagem é um dos pontos altos do passeio.
Começa com um terreno plano e se estende em direção ao norte, até chegar a imponentes penhascos.
Malcesine: Lago de Garda

Saímos de carro de Verona e partimos seguindo as placas Lago de Garda. Existem diversas cidades pelo caminho, incluindo as mais conhecidas, a própria Garda, Sirmione e Peschiera del Garda. Mas resolvi subir para o norte e parei em Malcesine, uma cidade muito bonita, bem organizada e que nos deixou apaixonados. Para qualquer lado que você olhe tem uma vista de tirar o fôlego, seja do lago ou mesmo do Monte Baldo, que cresce por trás da cidade, e onde pode-se chegar através do teleférico.

Existem ótimos restaurantes na cidade, mas o dia estava tão bonito que resolvemos comer um sanduiche, sentados em um banco na beira do lago. Foi um dos melhores almoços que fizemos.

Na volta fui beirando o lago e passando por dentro das cidades, até encontrar a saída para Verona.

Um passeio que recomendo e que ficou um gostinho de “quero mais”. Certamente voltarei para conhecer outras cidades da região.

E assim terminamos nosso passeio pelo Vêneto. Ainda existe muito mais a ser visto, mas acredito que já seja possível ter uma ideia das maravilhas que te esperam!

Faça seu plano, monte seu trajeto e BOA VIAGEM!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Muito obrigada pelo seu comentário! Em breve ele será liberado pela moderadora.