Olá leitores, tudo bem?
Espero que tenham gostado da nossa
introdução sobre esse país maravilhoso que é a Itália. Se você perdeu, é só
clicar aqui
para começar essa viagem encantadora.
Claro que foi apenas uma pequena ideia
do que é possível encontrar em um país rico em história, cultura, gastronomia e
beleza. Tudo isso visto e interpretado por mim, que carrego uma bagagem
diferente de cada um de vocês.
E o que isso significa? Significa que cada um de nós pode enxergar, vivenciar e
compreender os lugares de uma maneira diferente. O belo e interessante para
mim, pode ser algo simples e corriqueiro para outra pessoa. Mas ainda assim eu
gosto de enxergar o mundo pelos olhos de outros viajantes. Adoro pesquisar
outros blogs e sites antes de viajar, pois minha viagem já começa aí, nos
preparativos. E, quando eu chego lá, já estou familiarizada com a região, mas
sempre aberta aos meus próprios sentimentos e a novas descobertas. É isso que
torna sua viagem única. Só você é capaz de vivenciar essas experiências.
Fantástico, não?!
Vale lembrar que
antes de programar qualquer viagem, é necessário decidir se será uma excursão
ou um programa “por sua conta”, ou seja, com você montando seu roteiro e cada
etapa do passeio.
Eu já fui para a
Itália dos dois jeitos e, uma terceira vez misturando as duas maneiras, ou
seja, fui com uma excursão e peguei uns dias a mais no final para fazer um
roteiro próprio. Confesso que essa foi a experiência que mais gostei.
Existem pontos positivos e negativos nos dois tipos, como tudo na vida. Podemos
tratar sobre essa escolha em um post específico.
Mas atenção: para que uma viagem sem excursão seja proveitosa, é necessário que
você tenha um pouco de experiência no planejamento ou, pelo menos, tenha a
ajuda de uma boa agência de turismo.
Nas minhas
experiências pela Itália, sempre tive a ajuda de uma agência.
Mas, se quiser
fazer tudo sozinho, lembre-se sempre de atentar para os seguintes detalhes:
- Quanto tempo
você dispõe?
- Qual o valor
que pode gastar?
- Os roteiros
devem ser lógicos: regiões próximas, transportes disponíveis, viabilidade de
valores para a data desejada (algumas épocas são mais caras que outras), dentre
outros detalhes.
Viajar é uma
questão de estilo. Cada um tem o seu. O que se adapta melhor ao seu gosto e
necessidade.
Definidas essas questões de planejamento,
resolvi começar pela região que originou a Família Tempesta, o Vêneto.
Na próxima semana volto com outra região.
Uma ótima semana para vocês e até a próxima!
Um abraço
Melissa P Têmpesta
VÊNETO
Localizada no extremo Nordeste da Itália, é uma região muito próspera e que
abriga cidades importantes para o turismo do país, como Verona, Veneza, Pádua e
Lago de Garda. Já estive algumas vezes
em cada uma dessas e, acredite, voltaria muitas mais!
A
região é repleta de cidades interessantes, mas vou citar apenas essas, que são
as que eu conheço.
Essa
região é amplamente atendida por uma extensa rede ferroviária e rodoviária. É
muito fácil pegar um trem para ir para qualquer uma delas, ou até mesmo alugar
um carro. As estradas são muito boas e não tivemos nenhum problema. Basta
respeitar o limite de velocidade, prestar atenção nos pedágios (você pega um tíquete
ao sair da cidade e, ao entrar em outra, você entrega o tíquete para ver quanto
rodou e paga proporcional) e, se tiver um GPS, mais fácil ainda.
Já
estive na região apenas com carro alugado e, em outra oportunidade, fizemos um
“combinado” de carro e trem. Tudo vai depender da logística que você
desenvolver. Se você pretende visitar várias cidades pelo caminho, o mais
prático é alugar um carro. Agora, se você pretende visitar uma única cidade, e
sua base for outra localidade, vá de trem.
Por exemplo, na minha última viagem para a região, minha base foi Verona. No
primeiro dia levei meus pais para conhecer a cidade, no segundo fomos para
Veneza de trem (super prático e rápido) e, na terceira, alugamos um carro e
fomos para Pádua e Vicenza e, no outro, para o Lago de Garda.
Entendem o “combo”? Para Veneza é muito mais fácil ir de trem (partindo de
Verona), já nas outras cidades precisávamos do carro para ir parando no caminho
conforme nossa vontade.
Por
isso, é importante ter experiência na organização de viagens ou então ter a
ajuda de uma boa agência. Eu planejo como gostaria de fazer e mando para as
meninas da agência. Nessa etapa elas verificam se está viável, checam reservas,
preços e, a partir daí, fazemos as alterações necessárias e fechamos a viagem.
Verona
Vou
começar por Verona, que é uma cidade que adoro, já estive quatro vezes lá,
portanto tenho um pouco mais de detalhes. Se tivesse que escolher um lugar para
morar nessa região, certamente seria lá!
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Arena, Rio Adige, Ponte Scaligero e vista do ponto alto da cidade |
É
a segunda maior cidade da região do Vêneto e ficou mundialmente famosa por ter
sido o palco da trágica história de amor de Shakespeare: Romeu e Julieta. A
cidade atrai casais em busca de romance e, na Casa da Julieta, encontramos
centenas de cadeados e mensagens dos apaixonados. Acreditando ou não, a cidade
é belíssima e realmente convida ao romance. No centro histórico encontramos
lindas ruínas romanas e magníficos palácios.
Uma
das maneiras mais comuns de chegar à cidade (ou partir para outras) é de trem.
A estação é a Porta Nuova e, fica a aproximadamente 2 quilômetros de distância
da Piazza Bra, a principal da cidade. Mas ainda é possível vir de avião ou
mesmo carro.
Se estiver de carro, lembre-se que alguns hotéis não têm estacionamento (ou são
cobrados à parte). Outro detalhe importante: não é possível transitar com o
veículo em muitas das ruas do centro histórico (como em praticamente todas as
cidades da Itália).
É
na Piazza Bra que você encontra a atração mais famosa da cidade, a Arena. Um
Anfiteatro Romano, concluído no ano 30, e o terceiro maior anfiteatro romano do
mundo, depois do Coliseu (em Roma) e do anfiteatro de Santa Maria Capua Vetere
(próximo a Nápoles).
É uma construção impressionante, muito bonita e, apesar de ter abrigado muitos
combates de gladiadores e palco de execuções e touradas, algo muito cruel, hoje
o local abriga shows e concertos.
Tive a oportunidade de assistir a um show lá e é muito lindo. Recomendo que
verifiquem antes se existe algum show na data em que estarão na cidade e já
comprem o ingresso. Mas, se não for possível conciliar a data, não se preocupe,
durante o dia a Arena fica aberta a visitações (mediante pagamento).
Atenção para os vários homens vestidos de gladiadores lá na frente. Eles se
oferecem para tirar fotos com os turistas, mas cobram por isso.
Com
relação à escolha do hotel, recomendo ficar hospedado dentro do centro
histórico. Existem ótimas opções de hotéis e facilita muito sua visita. Fiquei
hospedada em uma das visitas no Hotel
Armando – um hotel bem localizado, sem estacionamento (precisamos parar na
rua, mas eles forneciam uma espécie de autorização para o estacionamento. Mas
era um pouco difícil achar vaga). Um hotel simples, mas com bom quarto, espaçoso
e confortável. O café da manhã era ok, sem grandes surpresas.
No ano passado, escolhi o excelente Hotel
Milano. Fica exatamente atrás da Arena, ao lado da Via Manzini (a rua
principal de pedestres) e as acomodações e banheiro são muito bons, café da
manhã ótimo e ainda conta com um bar no lobby com um Spritz delicioso! O
estacionamento é pago à parte (17 euros a diária), mas recomendo a estadia.
Verona
é uma cidade encantadora e vai muito além da Arena e Piazza Bra. Seria
necessário um guia completo para falar de cada um deles, mas o mais importante
é que não fiquem restritos a essa região.
Um passeio que fiz da última vez que estive lá foi pegar o Sightseeing Bus
Tour, um ônibus de turismo que fica dando voltas na cidade. São dois percursos
que abrangem todas as atrações principais da cidade e você paga por 24h. Nesse
período é possível subir e descer quantas vezes você quiser, e o ponto inicial
é na Piazza Bra. Achei útil e interessante, pois além de ouvir o áudio em
português, explicando cada ponto de interesse, você desce onde quer conhecer
melhor e depois é só pegar o próximo ônibus (nas paradas e no mapa que eles
fornecem tem os horários).
A
cidade abriga restaurantes incríveis e para todos os bolsos. Não fique apenas
nos que envolvem a Piazza Bra. Esses são mais turísticos e caros. Nos arredores
é possível encontrar restaurantes muito melhores e alguns com preços mais em
conta.
As lojas também são para todos os gostos. É possível encontrar de Prada, Gucci,
Louis Vuitton até uma Zara ou Disney Store. A maioria das lojas está localizada
na Via Manzini.
Sobre
as atrações, além da Arena, não deixe de visitar o Castelvecchio, um castelo
construído por Cangrande II de 1355 a 1375, e que hoje aloja uma das melhores
galerias de arte do Vêneto. Mas se não quiser entrar na galeria, visite os
jardins e depois atravesse a Ponte Scaligero, uma ponte medieval que foi
reconstruída após ser explodida pelos alemães em 1945.
Outro
lugar que merece a visita é a Piazza Erbe, o centro de Verona. Durante o dia, a
praça fica lotada de barracas, um verdadeiro mercado de alimentos e souvenirs.
Durante a noite, as barracas são fechadas e a praça fica cheia de jovens e
turistas nos restaurantes que circundam a fonte. A praça é um ótimo ponto de
partida para diversas atrações. Vou citar algumas, de maneira rápida, apenas
para mostrar que a cidade é muito rica em pontos de interesse histórico e
cultural:
- Piazza dei Signori: no centro dessa praça fica uma estátua de Dante, do
século 19. Ao redor dessa praça existem diversos edifícios lindos, que contam
muito da história de Verona, como o Palazzo Del Capitano, a Loggia Del
Consiglio e a Torre dei Lamberti;
|
Estátua da Julieta |
-
Túmulo dos Scaligeri: foi a família que governou Verona por 124 anos. Os
túmulos ficam localizados em frente à Igreja românica de Santa Maria Antica;
-
Casa di Giulietta: suposta casa onde morou Julieta. Tem o balcão onde ela
ficava escutando as juras de amor de Romeu e uma estátua. Dizem que dá sorte
tirar uma foto com a mão no seio da Julieta. Então prepare-se para entrar na
fila e tirar sua foto!
- Duomo;
-
Giardino Giusti;
-
Igreja de San Zeno Maggiore;
-
Museo Archeologico.
Existem
muitos outros pontos interessantes na cidade, esses são apenas alguns.
Recomendo subir com o ônibus (ou da maneira que achar melhor) até o ponto mais
alto da cidade. A vista é linda.
Outro espetáculo é admirar o rio Adige de uma das belas pontes da cidade. O por
do sol é incrível.
Veneza
É
uma cidade linda e fascinante. Foi construída sobre bancos de lama baixos entre
as águas do Adriático, sujeitas a marés e regularmente é atingida por enchentes
(atenção para a data da visita não coincidir com a cheia!). Apesar de todas as
probabilidades serem contrárias, Veneza sobrevive soberana e atrai milhares de
turistas o ano todo. Acredito que seja impossível visitar a cidade sem que ela
esteja abarrotada de pessoas.
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Grande Canal de Veneza |
É
muito fácil se perder em Veneza, então, se precisar ir até algum lugar
específico, pegue boas referências e tenha o telefone anotado. Se não for o
caso, liberte-se do mapa e curta cada rua, cada beco e ponte. É se perdendo em
Veneza que encontramos as belezas mais pitorescas e fascinantes.
Na
primeira vez que estive lá, fiquei com medo e não aproveitei muita coisa.
Fiquei restrita à região da Piazza San Marco e voltei sem achar muita graça.
Nas outras duas visitas, resolvi simplesmente caminhar, sem rumo, e foi
fantástico.
No começo dá um pouco de receio, mas depois acostumamos e vira uma grande
aventura, principalmente para quem gosta de fotografar. Aqui é o lugar!
Existem
placas pelo caminho indicando alguns pontos importantes, como S. Marco, Rialto
e Estação de Trem Santa Lucia.
Tudo
em Veneza é muito caro. Existem restaurantes excelentes, como em toda a Itália,
muitos premiados, mas como sempre fui apenas para passar o dia, optei por fazer
um lanche rápido e aproveitar melhor o passeio.
Sobre
hospedagem, é possível ficar hospedado em Veneza mesmo, mas é mais caro e, se
você tiver muitas malas, corre o risco de ter que ficar andando perdida
arrastando sua bagagem por um bom tempo.
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Ruas de Veneza oferecem muitas aventuras |
Sempre optei por ficar nas cidades ao redor, como Mestre ou Marghera, e foi
super tranquilo. Da última vez fiquei em Verona e fiz um “bate volta” de trem,
muito prático também.
Em Marghera fiquei hospedada no All
Seasons – um hotel da rede Accor, com preço ótimo e, quando fomos
(setembro/2012) tinha acabado de inaugurar, então pegamos tudo novinho. Uma
rede simples, com café da manhã básico, mas foi suficiente para um dia de
hospedagem. Na esquina atrás do hotel pegávamos o ônibus que seguia direto para
Veneza. Super prático. E depois, alugamos um carro, e foi fácil partir para
outra cidade, pois ele é localizado na saída de Marghera.
Existem
diversas atrações importantes em Veneza, começando pelo Grande Canal. Se você
não quer alugar uma gôndola, não se preocupe. É possível pegar o Vaporetto (o
taxi da cidade) tanto chegando de ônibus quanto de trem, e você vai percorrer
todo o canal até a Piazza San Marco. Mas preste atenção, pois tem um Vaporetto
que vai por outro caminho. Então pergunte o número de qual percorre o Gran
Canal.
Eu gosto de ir de Vaporetto e depois voltar caminhando até a estação. É uma boa
caminhada, mas é possível passar por lugares escondidos e lindos, que só encontramos
se arriscarmos ficar perdidos.
Ao chegar em San Marco, você poderá apreciar:
-
Ponte dos Suspiros (que não tem nada de suspiro apaixonado, mas diz respeito ao
suspiro dos prisioneiros, que atravessavam a ponte do Palácio Ducale para a
prisão local, para serem julgados).
- Palazzo Ducale: foi a casa dos governantes e sede do governo. Hoje abriga um
museu.
- Basílica de San Marco: linda igreja, mas sempre com filas enormes para
visitação. Uma obra riquíssima e repleta de obras de arte.
-
Campanário
-
Torre Dell’Orologio
-
Museu Correr
-
E a própria Piazza, sempre lotada de pombas e turistas.
Você
ainda precisa seguir até a Ponte di Rialto, um dos locais mais famosos da
cidade, que oferece belas vistas do Canal Grande e é o marco do centro da
cidade.
Existe
muito mais para ser visto em Veneza. Cada palácio localizado no Grande Canal é
uma obra de arte e impressiona por sua grandeza e beleza, mas, além disso, eu
recomendo mesmo parar em algum café com vista para o Canal, tomar um Spritz e
relaxar.
E torça para estar um lindo dia, assim sua visita será inesquecível!
Pádua:
Se
estiver de carro na região, recomendo uma parada em Pádua (Padova, em
italiano).
É
a cidade que abriga a imensa e linda Basílica de Santo Antônio. Como minha mãe
é devota desse Santo abençoado, acabei passando por lá todas as vezes em que
estive na região. A Basílica abriga obras de Donatello, o túmulo do Santo, e
também é possível comprar artigos religiosos e benzê-los para trazer de
presente.
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Basílica de Santo Antônio |
Se estiver com tempo, a cidade tem muito mais a oferecer. É lá também que está
localizada a Cappella
degli Scrovegni. O interior da capela é inteiramente coberto por afrescos
de cenas da vida de Cristo, pintados por Giotto. O número de visitantes é
limitado, portanto é necessário fazer uma reserva prévia. E, para terem idéia
da importância da obra, é necessário ficar 15 minutos em uma câmara de
descontaminação antes de entrar na capela.
Vicenza:
Ainda
aproveitando o trajeto de carro, é possível parar também em Vicenza, que fica
no meio do caminho, entre Verona e Pádua.
É conhecida como a cidade adotiva de Andrea Palladio, um dos maiores arquitetos
italianos, com obras por todo o País.
Em
uma visita rápida é possível ir até a Piazza dei Signori, que abriga o Palazzo
della Regione (chamado de Basílica), a Loggia del Capitaniato e a Torre di
Piazza. Contornando o Palazzo, você encontra a estátua em homenagem à Palladio.
Um pouco abaixo está localizado o Duomo, que foi reconstruído após um
bombardeio durante a Segunda Guerra. Há ainda o Teatro Olímpico e a La Rotonda,
a mansão mais famosa de Palladio (está localizada mais distante da cidade).
Lago
de Garda:
Garda
é o maior lago italiano e me surpreendeu muito! Um dos lugares mais bonitos que
já visitei. A paisagem é um dos pontos altos do passeio.
Começa com um terreno plano e se estende em direção ao norte, até chegar a
imponentes penhascos.
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Malcesine: Lago de Garda |
Saímos de carro de Verona e partimos seguindo as placas Lago de Garda. Existem
diversas cidades pelo caminho, incluindo as mais conhecidas, a própria Garda,
Sirmione e Peschiera del Garda. Mas resolvi subir para o norte e parei em
Malcesine, uma cidade muito bonita, bem organizada e que nos deixou
apaixonados. Para qualquer lado que você olhe tem uma vista de tirar o fôlego,
seja do lago ou mesmo do Monte Baldo, que cresce por trás da cidade, e onde
pode-se chegar através do teleférico.
Existem ótimos restaurantes na cidade, mas o dia estava tão bonito que
resolvemos comer um sanduiche, sentados em um banco na beira do lago. Foi um
dos melhores almoços que fizemos.
Na volta fui beirando o lago e passando por dentro das cidades, até encontrar a
saída para Verona.
Um
passeio que recomendo e que ficou um gostinho de “quero mais”. Certamente
voltarei para conhecer outras cidades da região.
E
assim terminamos nosso passeio pelo Vêneto. Ainda existe muito mais a ser
visto, mas acredito que já seja possível ter uma ideia das maravilhas que te
esperam!
Faça seu plano, monte seu trajeto e BOA VIAGEM!